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TRADUTOR

Monday, November 17, 2014

OS DESLIMITES DA PALAVRA






Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo

o meu destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas






Poema: Manoel de Barros

Arte: Tom Colbie

Tira-gosto