Neste momento histórico em que ouvimos tanto falar de um Papa "pop", Marcello Chalvinski abre seu novo escrito citando o livro bíblico não-apócrifo "Gênesis 7:19". Pura coincidência .
A poesia que abre o Temporal nos faz lembrar de João Cabral de Mello Neto , ou melhor , inspira-se no poema "Lições da Pedra " do autor pernambucano .
Encontramos neste livro pérolas como
"Cerquei com palavras
(atrevido )
na verdade
de um tamanho sofrido"
No entanto , a cosmogonia poética de Marcello Chalvinski gravita em torno do "moderno " (...atravessou o mar de Kara/ &/ era pacífico / índico/ blues ...) tateando o almejado "eterno " (...o perfume da rosa-dos-ventos / libertando-se de todos os mapas ...). E já que estamos falando de lições , não esqueçamos o lecionado pelo "poeta maior ":
"Cansei de ser moderno
Quero é ser eterno ."
(Carlos Drummond de Andarade)
Antônio Carlos Alvim
"Marcello Chalvinski é o último grande poeta underground da literatura maranhense ."
Antônio Carlos Alvim