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Monday, October 03, 2011

O ESPELHO

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O céu investe contra o outro céu.

É terrível pensar que a morte está

Não apenas no fim, mas no princípio

Dos elementos vivos da criação.



Um plano superpõe-se a outro plano,

O mundo se balança entre dois galhos,

Ondas de terror que vão e voltam,

Luz amarga filtrando destes cílios.



Mas quem me vê? Eu mesmo me verei?

Correspondo a um arquétipo ideal.

Signo de futura realidade sou.



A manopla levanta-se pesada,

Atacando a armadura inviolável:

Partiu-se o vidro, incendiou-se o céu.




Murilo Mendes
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Tira-gosto