Que tal essa?: "Marcello Chalvinski
é o último grande poeta underground da literatura ."
Neste momento histórico em que ouvimos tanto falar de um Papa "pop", Marcello Chalvinski abre seu novo escrito citando o livro bíblico não-apócrifo "Gênesis 7:19". Pura coincidência.
Para os mais cristãos (católicos apostólicos romanos) poucos escritos na literatura maranhensesão tão recheados de relações humanas cheias de vícios e pecados quanto os seus, embora neste livro esteja mais comportado que no anterior.
A poesia que abre O Temporal nos faz lembrar de João Cabral de Mello Neto, ou melhor, inspira-se no poema "Lições da Pedra" do autor pernambucano. Encontramos neste livro pérolas como
"Cerquei com palavras
(atrevido)
um pedaço da tempestade
na verdade
de um tamanho sofrido"
No entanto, a cosmogonia poética de Marcello Chalvinski gravita em torno do "moderno" (...atravessou o mar de Kara/&/ era pacífico/índico/ blues...) tateando o almejado "eterno" (...o perfume da rosa-dos-ventos/libertando-se de todos os mapas...).
E já que estamos falando de lições, não esqueçamos o lecionado pelo "poeta maior":
"Cansei de ser moderno
Quero é ser eterno."
São Luís-Ma, 11 de maio de 2005.
Antônio Carlos Alvim
Texto: Antônio Carlos Alvim
Arte: Banksy